sexta-feira, 9 de março de 2012

CENTENÁRIO DO ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO

(OUP, 1912-2012)

Respostas a um questionário de SARA MARQUES, do Canal Superior


Armando Luís de Carvalho Homem


  1. Que recordações guarda do Orfeão ?: Pertenci ao OUP durante 4 anos lectivos (v. 4.), período durante o qual o organismo passou, naturalmente, por modificações. Recordarei: de 1968/69 a regência do maestro Gunther Arglebe (1933-2009, regente artístico do OUP 1967-1969) e o contacto com peças polifónicas (v. g. T. L. Vittoria, Frei Manuel Cardoso), palacianas (O. di Lasso), barrocas (J. S. Bach), clássicas (W. A. Mozart), românticas (F. Schubert) e tradicionais portuguesas (arranjos Fernando Lopes-Graça, Manuel Faria e Mário Sampayo Ribeiro); recordo ainda a Orquestra de Tangos (a que nunca pertenci) e o solo de violino de José Luís Delerue para o tango Rosas Vermelhas; de 1971/72 recordo a criação do Grupo de Folclore dos Açores (estreou no Sarau do 60.º Aniversário, em col. c/ a AAOUP, Coliseu do Porto, 1972/04/28), a cuja tocata pertenci; o Grupo de Fados, com Manuel Antunes Guimarães (g.), eu próprio e Luís Paupério (vv.) e Luís Sobral Torres e Júlio Domingues (vozes); e a Tuna «mista» (OUP / AAOUP) que actuou no referido Sarau no Coliseu, regência de José Belarmino da Mota Soares (m. 1998); recordo ainda a digressão da Páscoa, a Trás-os-Montes; de 1972/73 recordo o início da revalorização do Coro, ainda com a regência do pianista Prof. Fernando Jorge Azevedo (1969-1973) e uma peça intitulada «Quatro Canções Populares Eslovacas» (Vier Slovakische Volkslieder), de Bela Bartok, para coro e piano; o início do trabalho no OUP do Prof. Mário Mateus (regente artístico 1973-2005), como preparador vocal dos naipes masculinos; a criação dos grupos de Espirituais Negros e de Madrigalistas (pertenci a este); e o Grupo de Fados, com Mário Freitas (g.), eu próprio e Luís Paupério (vv.) e Luís Sobral Torres e Joaquim Barbosa (vozes); salientarei que neste ano e já no anterior começou a praticar-se repertório vocal de Luiz Goes e Adriano Correia de Oliveira (1942-1982) e instrumental de Carlos Paredes (1925-2004) e Jorge Tuna; deste meu último ano no OUP recordo ainda, naturalmente, a digressão à Venezuela, em Agosto de 1973, e uma actuação na residência oficial do Presidente da República («La Casona»; o PR era ao tempo o democrata-cristão Rafael Caldera, 1916-2009, PR em 1970-1974 e em 1994-1999).

  1. Era muito diferente quando lá passou do que é agora ?  Estamos a falar «grosso modo» do tempo do marcellismo, fase final do Estado Novo. O universo de tradições em que o OUP se movia e move passava por uma crise; o uso do traje académico era por vezes posto em causa (e o OUP não o usou de 1974 a 1981) e algun(ma)s orfeonistas já só o envergavam aquando de actuações, vestindo-o na sede do organismo, antes de entrar no autocarro... Não foi um tempo fácil...

  1. Marcou muito o seu percurso de estudante ?  É evidente que sim. Até porque depois, de 1977 a 1987, pertenci e participei c/ alguma intensidade em actividades da AAOUP.

  1. O que estudava na altura em que esteve no Orfeão e em que período esteve lá ?: Era aluno da licenciatura em História da FL/UP e pertenci ao OUP nos anos lectivos de 1968/69, 1969/70, 1971/72 e 1972/73.

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