quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mensagem para o grande concerto de Coimbra em Lisboa

As minhas cordiais saudações

É com muita emoção e orgulho que me junto a todos vós para, cá deste lado do Atlântico, celebrar e render a devida homenagem a esses grandes instrumentistas que são todos os tocadores de viola ou guitarra clássica que, ao longo dos anos, têm acompanhado as grandes vozes do fado coimbrão. Algumas, mesmo se já desaparecidas, continuam a ressoar em nós -lembro as saudosas e melodiosas vozes de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira–; e outras, hoje ainda bem presentes entre nós, -quero sublinhar em particular a do nosso muito querido Luiz Goes, figura emblemática, voz inconfundível e chama que incendeia os nossos corações-, continuam a perpetuar e cantar a gesta amorosa coimbrã.

Sem menosprezar todos as figuras marcantes da viola, hoje aqui presentes, quero sublinhar, de maneira muito particular, a do meu querido amigo, Dr.Rui Pato que foi e continua a ser, não só um viola emblemático, mas uma figura marcante do fado de Coimbra desde a sua juventude, quando deu, muito jovem, profundidade, alma e beza estética, nos seus acompanhamentos, às baladas do nosso querido Zeca Afonso. Bem haja! Lembro igualmente todos os grandes poetas, desde o nosso Camões, que ao longo do tempo, passaram e deixaram em Coimbra o Espírito e as Raizes de uma alma que continua a vibrar. Também não posso esquecer esses grandes baluartes da guitarra, verdadeiros acentos tónicos das molodias que todos os nossos cantores, de ontem e de hoje, entoaram e continuam a cantar, num rosário de louvores à alma lusitana ou alma coimbrã. Bem patentes em nós também, numa espécie de arrepio melódico permanente, o trinar das guitarras de Artur e Carlos Paredes, de António Brojo e Portugal, e, felizmente ainda entre nós, dos Doutores Jorge Tuna e o meu muito amigo virtuoso, Octávio Sérgio; um louvor muito particular para todos os jovens guitarristas que continuam a esculpir em melodias as belezas do Mondego e da Lusa Atenas. Bem hajam todos!

Por fim, não posso deixar de sublinhar, com particular insistência, o trabalho excepcional do nosso querido amigo, Carlos Carranca, que tem sido e continua a ser, não só um canal de difusão do fado e cultura coimbrãs atravès das suas publicações, mas, e sobretudo, uma alma apaixonada e vector marcante da música e poesia de Coimbra.

Aquele forte abraço fraternal e musical para todos de um apaixonado pela música e poesia coimbrãs.

Com profunda estima       

Filipe Batista
Mensagem que escrevi para compartilhar convosco esse grande momento de homenagem a todos os instrumentistas, poetas e cantores do fado de Coimbra que o Carranca devia ler a todos os presentes no grande concerto em Lisboa. Não sei se ele chegou a ler esta mensagem!?... No entanto faço questão de a tornar pública através do seu blog porque penso traduzir assim todos os meus sentimentos e exprimir todo o meu reconhecimento por um aspecto da nossa rica cultura que muitos portugueses, sobretudo daí, não reconhecem como tal ou não lhe dão o devido valor.

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